Ah , não importa. Saí dali e ouvi passos apressados atrás de mim . Já imaginava quem era, então , fui logo lançando um olhar repreensivo para quem quer que fosse e gritando.
"Ricardo , vá embora!"
Me surpreendi a encontrar ela. Ela , a Clarinha.
"Que grosseria . Ou melhor , que grosseria típica sua. "- Disse ela , parando o passo e me encaranto com uma expressão vazia.
"Clarinha ... eu ... bom , é que ..."- Faltavam-me palavras na boca para pedir desculpas.
"Deixa pra lá. Eu só vim falar com você porque foi impossível não escutar a briga lá na biblioteca. Então , foi por ele que você estava naquela depressão quando eu te encontrei? Ou melhor , nem responde , ok ? É que eu ainda sou idiota o suficiente pra te procurar, sabendo daquelas coisas que você me falou pelo telefone."- Disse ela , de cabeça baixa, e já se virando. Coisas que eu falei no telefone? Ah , eu havia me esquecido de tudo aquilo graças a grande confusão na minha cabeça e coração. Sentia que não poderia deixá-la partir sem me explicar.
"Clarinha , espera."- Falei , na verdade, as palavras só saíram da minha boca, eu nem senti direito minha boca se mover. Ela parou de caminhar , e olhou pra mim , sorriu.
"Desculpa... vamos começar do zero?"- Falei
"Zero ... você quer dizer 'zero' desde que nos conhecemos ou 'zero' desde aquele dia na doceria?"-Disse ela , rindo e indo em minha direção.
"Você entendeu!" - Disse, retribuindo o sorriso.
A gente caminhou até a praça Central . Sentamos , conversamos . Falamos sobre nossos amores, e descobri algo que pra mim era até então desconhecido. A Clarinha era muito melhor conselheiro que a Raquel .
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